sexta-feira, 18 de outubro de 2013

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O Santuário


Lição 3 - Sacrifício

12 a 19 de outubro 




 



Ampliação





Introdução

“Misericórdia quero, e não sacrifício” (Os 6:6). Como harmonizar essas palavras de Deus com o sistema de sacrifícios do AT e com a afirmação de que mesmo hoje Deus pede sacrifícios de Seus filhos?

Na verdade, o sistema sacrifical foi usado por Deus para transmitir a preciosa verdade de que a cura para todos os males trazidos pelo pecado estava disponível. E isso por provisão divina, e não humana. Se o pecado separou a humanidade pecadora de Deus, o sacrifício supremo de Cristo, para quem apontava todo o sistema levítico, nos aproxima, nos leva de volta ao Pai.

DOMINGO
O primeiro sacrifício

Deus dissera a Adão e Eva que, no dia em que comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, certamente morreriam (Gn 2:17). Como sabemos, eles desobedeceram a Deus e comeram do fruto proibido. A morte os aguardava. Essa era a palavra de Deus. Por isso o medo invadiu seus corações. Descobriram que estavam nus. Embora trágica em suas consequências, a intervenção misericordiosa de Deus impediu que tal episódio se tornasse desesperador. É nesse contexto, da perda de seu estado de inocência e santidade, que nossos primeiros pais ouviram a promessa da expiação por meio de Cristo. Quando compreendemos o que foi perdido no Éden, o que éramos, o que poderíamos ter sido mediante a comunhão íntima com o Criador, e aquilo que somos hoje como consequência do pecado, entendemos um pouco de nossa total dependência da obra de Cristo em nosso favor. Nesse ponto, é possível apreciar a obra do calvário, e aceitar a oferta de salvação que o Céu nos oferece gratuitamente na pessoa de Jesus.

Como resolver o problema? “O salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). Alguém devia morrer. No capítulo 3 de Gênesis estão em contraste as roupas de folhas de figueira, preparadas pelo homem (v. 7), representando seu esforço pessoal para cobrir sua nudez (salvação pelas obras) e a vestimenta de pele, feita por Deus (v. 21), que é o dom do Céu para a humanidade caída, a justiça pela fé. No verso 15, Deus preanunciou a vinda do Salvador para esmagar a cabeça da serpente. Somente Deus pode resolver o problema do pecado, e isto a um preço inimaginável, incapaz de ser compreendido pelo pecador: a vida do Filho de Deus. O primeiro sacrifício, a primeira morte, apontava para o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8).

SEGUNDA-FEIRA 
Tipos de ofertas

O sistema sacrifical foi ordenado por Deus e ocupava um lugar no centro da vida nacional do povo de Deus do passado. Havia um contínuo sacrifício sempre a queimar no altar do holocausto, acrescido de outros voluntários, e demais ofertas prescritas na lei mosaica. O fogo sempre a arder, a fumaça sempre subindo, naturalmente despertava no coração de todos uma consciência da malignidade do pecado, tanto nacional como pessoal. Por aproximadamente 1.400 anos as ofertas apresentadas no santuário serviram como uma representação vívida do Messias que um dia seria oferecido em sacrifício em favor de todo aquele que crer (Jo 3:16). Os sacrifícios apontavam para Ele e foram cumpridos nEle.

O sistema sacrifical do AT provia as bases para que o pecador pudesse ser restaurado às bênçãos do concerto. Aquele que se encontrava sob o peso da culpa podia trazer seu sacrifício. Uma vez realizado o sacrifício, o indivíduo recebia o perdão (Lv 4:26, 31). Encontra-se aqui a ideia de substituição: o pecador, que devia morrer, permanecia vivo, enquanto o animal sacrifical morria em seu lugar. Dessa forma, o pecador era reconciliado em seu relacionamento com Deus.

Os diferentes tipos de ofertas abrangiam todos os aspectos da vida do adorador: “ação de graças, expressão de alegria e celebração, dádiva, pedido de perdão, apelo penitencial, atitude de dedicação, ou restituição”.

Para reflexão: Temos aproveitado a oferta superior de Cristo para restaurar nosso relacionamento com o Pai? Temos entregado nossa vida no altar de Deus, como oferta ao Senhor?

TERÇA-FEIRA 
Sacrifício no Monte Moriá

A experiência de Abraão, ao se dispor a oferecer o próprio filho em sacrifício, obedecendo incondicionalmente à ordem de Deus, é uma lição de fé que desafia a mente secular. O que estaria envolvido nesse pedido tão inusitado? Que lições podemos aprender?
No caso de Abraão, ele foi provado – e aprovado – em sua lealdade a Deus, prestando perfeita obediência à ordem de Deus. Sua angústia durante aquela prova permitiu-lhe compreender, “por sua própria experiência algo da grandeza do sacrifício feito pelo infinito Deus para a redenção do homem” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 154).

O apóstolo Paulo declara que o Evangelho foi “preanunciado” a Abraão (Gl 3:8). Isso ocorreu quando Abraão foi detido pela voz urgente do anjo, que fez parar o sacrifício de Isaque. Ato contínuo, Abraão viu um carneiro, a provisão divina, o substituto, que morreria em lugar de Isaque. Mais uma vez encontramos a ideia de que alguém tem que morrer para salvar o pecador. É o próprio Deus quem provê o substituto. Nesse caso, um carneiro. No Novo Testamento Deus envia Seu próprio Filho e oferece o perfeito sacrifício em favor da humanidade.

Algumas lições: (1) Fé se manifesta em obediência completa à Palavra de Deus, mesmo quando parece um absurdo; (2) fé é entregar a Deus o melhor que temos, e nada reter; (3) fé é confiar que “o Senhor proverá”. No caso de Abraão, a provisão somente foi feita por Deus após Abraão demonstrar sua disposição em ir até o fim e sacrificar seu filho Isaque.

Para reflexão: Até onde estamos dispostos a permitir que nossa fé nos leve? Estamos prontos a subir o Monte Moriá, seja ele qual for em nossa experiência?

QUARTA-FEIRA
Vida por vida

Qual é o significado do sangue sacrifical? Deus explica: “A vida da carne está no sangue” (Lv 17:11-14). O sangue sacrifical representava a substituição: a vida do animal, que era entregue à morte, em lugar da vida daquele que apresentava a oferta. O próprio Deus concedeu esse poder ao sangue. O hebraico é enfático: Deus “deu”, “concedeu”, “atribuiu”. O sangue em si mesmo não efetua expiação, mas somente o sangue de um animal sacrificado diante de Deus, de acordo com o ritual prescrito. Embora existam outras formas prescritas para expiação, a manipulação do sangue da vítima oferecida em sacrifício é o meio primário de expiação dado por Deus ao Seu povo. Assim, Deus concedeu ao pecador uma forma visível para receber o perdão de seus pecados.

“Toda vítima moribunda era um símbolo de Cristo, lição que era gravada na mente e no coração na mais solene e sagrada cerimônia, e positivamente explicada pelos sacerdotes. Os sacrifícios foram explicitamente planejados pelo próprio Deus a fim de ensinar essa grande e importante verdade de que só pelo sangue de Cristo há perdão de pecados.” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 107).

Para reflexão: Jesus deu Sua própria vida, como o Cordeiro sacrifical, sofrendo a morte que era nosso salário, para que, por Sua morte, tenhamos a vida que Lhe pertence. O que estamos dispostos a oferecer a Deus, em gratidão pela expiação de nossos pecados mediante o sangue de Jesus?

QUINTA-FEIRA
Sacrifícios hoje: o sacrifício vivo

O sacrifício de Jesus na cruz do Calvário foi perfeito, único e completamente suficiente para a salvação de todo aquele que crê. Sendo assim, que sacrifícios são requeridos hoje do cristão? O Novo Testamento é claro. Dentre outras coisas, doações para os necessitados. Paulo utiliza a linguagem cultual – “aroma suave” – para descrever as dádivas que ele mesmo recebeu dos filipenses, equiparando-as a um “sacrifício” oferecido a Deus (Fp 4:18). Ainda que Paulo fosse o beneficiário imediato da generosidade deles, o beneficiário final era o próprio Deus. Aquilo que se faz pelo servo, Paulo, em verdade se faz pelo Mestre, Cristo.

Embora o termo “sacrifício” faça referência aos sacrifícios oferecidos a Deus no culto do santuário, com o passar o tempo, ainda nos tempos do Antigo Testamento, adquiriu significados que incluem “o espírito quebrantado” e o “coração compungido e contrito” (Sl 51:17). No Novo Testamento os sacrifícios oferecidos a Deus são identificados como “louvor” (cf. Sl 50:14 – “sacrifício de ações de graça”), a “prática do bem”, “mútua cooperação” e “generosidade” (Hb 13:15, 16). Paulo afirma que isso é “aceitável e aprazível a Deus” (Fp 4:18). Essa é a verdadeira adoração.

Além disso, em Romanos 12 Paulo “roga”, “apela”, “exorta”, “encoraja”, os cristãos para que expressem sua fé na vida diária. Como podemos fazer isso? Pela apresentação de nossos corpos como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (v. 1). Visto que Cristo já Se ofereceu como sacrifício final, os cristãos não são obrigados a sacrificar/matar animais, porém devem apresentar um “sacrifício vivo” de si mesmos. Não se oferecer para morte, mas para a vida. Mas esse “sacrifício vivo” é qualificado por Paulo como “santo”, ou seja, “separado”, “consagrado” a Deus. É viver como alguém nascido de novo, uma nova criatura. Andar em novidade de vida. Diferente da vida anterior, quando ainda não haviam recebido os benefícios da expiação do sangue de Cristo. No pensamento cristão se incorpora a ideia de pureza e libertação do pecado. “Assim, o corpo físico do crente, colocado à disposição de Deus, apresentado a Ele, é santo, tanto no sentido de ser separado para o Seu uso, como no sentido de ser utilizado para fins puros e justos, e assim, livre de práticas pecaminosas” (Wuest, K. S. [1997, c. 1984]. Wuest's Word Studies from the Greek New Testament [Rm 12:1]. Grand Rapids: Eerdmans). Por essa razão o cristão não se conforma com este mundo, isto é, não assume uma expressão exterior que não vem de seu interior, que não representa a vida interior de seu coração. O cristão não assume como seus os pensamentos, as filosofias, os valores, as opiniões, os comportamentos, etc, prevalecentes no mundo. Em vez de se conformar, o cristão se transforma (Gr. Metamorphoomai), ou seja, o seu exterior apresenta as características de uma pessoa renovada em seu ser interior, com aspirações, esperanças, valores, etc., diferentes dos encontrados no “mundo”.

Para reflexão: Que tipo de sacrifícios tenho apresentado a Deus em minha vida? Minha vida agrada a Deus? Se não, o que preciso fazer para mudar essa situação?

Conclusão
Se o pecado introduziu a alienação entre o homem pecador e o Deus santo, Cristo estabeleceu as bases para a reconciliação através de Seu todo-suficiente sacrifício na cruz. NEle os sacrifícios encontraram o seu fim, visto que não tinham valor em si mesmos, à parte da fé no Cordeiro que viria. Por outro lado, a aceitação do sacrifício expiatório de Cristo deve produzir na vida do cristão hoje alguns resultados que são identificados como “sacrifícios” oferecidos a Deus, que poderíamos resumir em consagração a Deus e a Seu serviço, verdadeiro louvor, praticar o bem, oferecer/partilhar nossas dádivas aos necessitados, sustentar valores consistentes com a Palavra de Deus e viver como cidadãos do reino dos céus, ainda que estejamos neste mundo.


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